Soneto sobre amantes do passado, retratando um desabafo sobre uma relação passada que não venceu a batalha do tempo.
Apenas dois amantes
Nunca mais voltarei àquele castelo
Que abafou a minha voz um dia
Levanto o coração da pedra fria
Do quarto, onde tudo era tão belo!
No vento sepulcral penso-te e celo,
Rendados finos que então vestia,
Arranho os laços onde a ousadia
Ornava graciosa, amor singelo!
Ah! Que pouca sorte a minha, que pouca,
Achei naquele castelo onde fui louca,
Tão louca de paixão, de amor por ti!
Brincam agora heras rastejantes,
Onde fomos apenas dois amantes,
Onde eu pensei viver e não vivi.