Meu amor, vou a casa da vizinha,
Vive só, já tem uma certa idade!
Adoeceu e tem dificuldade,
De se amanhar, alimentar sozinha!
Acabei de fazer uma sopinha,
Com as couves que trouxe da herdade,
Que bom é praticar a caridade,
Que bom ver o sorriso que ela tinha!
Em tempos vendia lençóis de linho,
Ensinava cantigas e a bordar,
Agora vive só no seu cantinho.
Quando lá vou gosta de me contar
Histórias do seu amor com Antoninho,
Que tanto bem lhe faz ao recordar!