Lá longe sinto o soprar,
Do vento na madrugada,
Fecho as portas e nada;
Ele não me deixa sonhar!
Nos lençóis rebolo o peito,
E o vento quer entrar,
Lá longe oiço o uivar
Esse uivar que respeito!
Medito quando me deito!
Peço ao vento devagar:
Ai deixa-me sossegar,
Quero dormir ao relento.
Vou andando no caminho,
O jardim da Natureza,
E no vento, sou princesa,
Um condor, ou passarinho!
Não me venhas acordar,
Que neste jardim de cor,
Só se semeia o amor,
Sem portas para fechar!