Soneto sobre recordações de ventos de paixão, cravadas a dor e saudade em profundidade no leito do nosso coração.
Eu amei…
É assim uma dor na dor ardente,
Desalento suado arrasador,
Fogo de luas, céu abrasador,
Leito de seda fina ainda quente!
Não te esperances, olha que te mente,
Quem tanto mendigou o teu amor,
Que te mandava beijos numa flor,
Jurava amar-te, amar-te eternamente!
Que saudades desse amor que acabou,
E do fogo das luas que beijou
O vento, o meu vento de paixão.
Mas eu amei! Que importa? Fui feliz,
Amando quem me seduziu e quis
Somente as sedas de recordação!