Soneto sobre mentira, que descreve a desilusão sentida por quem se apercebe que escutava mentiras da pessoa amada.
Noite amargurada
A prenda que me deste à despedida,
Dizia: para o meu amor profundo…
Era mentira! Perdi-me no mundo…
Ouvindo o som da caixa enferrujada.
Nada me importa, ando entorpecida,
E o som da caixinha lá no fundo,
Parece um passarinho moribundo,
Rodando a bailarina envelhecida!
E roda com a saia desbotada,
Como eu tropeçando a nostalgia,
Amargamente só e desprezada!
Olho a boneca tonta, volto ao dia,
Dia que se fez noite amargurada
Quando não me quiseste e eu queria!