Soneto sobre dor de amor, aquela que, quando a sentimos, é, provavelmente, a dor mais intensa e lacerante que existe.
Que dor é esta
Quando te penso! Dói se não te penso!
Que dor é esta amor tão consentida,
Quando a penso foge-me a própria vida,
Perco não sei o quê onde pertenço!
Ardesse cada lágrima do lenço
Deste que rasgo na alma sofrida,
Ai! Se fosse esta dor correspondida,
Louvaria tal dor, amor intenso!
Foge-me o pensamento meu amado,
É tanta a nostalgia que me obriga,
A viver eternamente o passado.
Embora o tempo passe, a vida siga,
Julgo sentir-te às vezes ao meu lado,
E assim meu amor, Deus me castiga!