Soneto sobre memórias de infância

| Publicado por | Categorias: Sonetos, Sonetos filosóficos
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Soneto sobre memórias de infância, em particular sobre a casa onde crescemos e aprendemos a ser e a sonhar.

A casa que mais lembro

A casa que mais lembro, agora é fria,
Olham-se as andorinhas com tristeza,
O céu de intensa luz azul-turquesa
Abandonou o tempo onde eu vivia!

Suspiros adornados de alegria,
Molduras de vendavais e riqueza;
Partem as andorinhas com leveza,
Esvoaçam nas nuvens do meu dia.

Ai! Que saudades tenho do luar!
Da casa, onde o azul não tem hora,
Do ninho que me ensinou a sonhar!

Andorinhas que vos ides embora,
Eu também nunca mais posso voltar,
À casa onde já ninguém lá mora!

 

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