Soneto sobre memórias de infância, em particular sobre a casa onde crescemos e aprendemos a ser e a sonhar.
A casa que mais lembro
A casa que mais lembro, agora é fria,
Olham-se as andorinhas com tristeza,
O céu de intensa luz azul-turquesa
Abandonou o tempo onde eu vivia!
Suspiros adornados de alegria,
Molduras de vendavais e riqueza;
Partem as andorinhas com leveza,
Esvoaçam nas nuvens do meu dia.
Ai! Que saudades tenho do luar!
Da casa, onde o azul não tem hora,
Do ninho que me ensinou a sonhar!
Andorinhas que vos ides embora,
Eu também nunca mais posso voltar,
À casa onde já ninguém lá mora!