Soneto sobre crise de identidade que se evidencia com o avançar da idade e que faz com que uma pessoa não se reconheça ao espelho.
Batiza de alegria
Oh! Quanto me dói a alma que sou!
Sei lá quem sou? Que astro permitiu;
Que me levasse tudo que sentiu
A alma que o meu corpo alegrou!
Sinto o frio de quem se abandonou!
Não sei se eu fugi, se ela fugiu!
Mas sinto! Foi a alma que partiu,
Quem sabe? Um tempo novo a chamou!
Converso às vezes com as luzes dela,
E sou, e sou igual, igual a ela…
E sonho como se ela não partisse!
Oh! Minha alma! Não te vás embora!
Batiza de alegria aquela hora;
Em que nasci destinada à velhice!