Soneto sobre saudade de um amor antigo, retratando a angústia e a falta sentida quando ansiamos que volte quem um dia amámos loucamente e continuamos a amar.
Não morre a paixão
Que tristeza sinto agarrada ao peito!
Choro ao senti-la! Ai! de onde vem?!
Não sei onde vagueio, quem me tem,
num caminho de pedras tão estreito!…
Que saudades meu amor quando espreito,
os bancos dos jardins já sem ninguém,
encosto ao coração cartas de quem
as carimbou de beijos no meu leito!
Ai! Não morre a paixão que nos aquece!
Essas cartas são tuas, sei que são!…
São hoje essa tristeza que me abraça!
Então volta meu amor, que a paixão,
quando o amor é grande não se esquece,
nem por ela sequer o tempo passa!