Soneto sobre talento desaproveitado que retrata momentos e sentimentos de um poeta cantor que atua na rua.
O tal poeta
Ele cantava, rodando a sorrir,
Tempos que já lá vão, tempos vividos,
A guitarra vibrava em gemidos,
Deslumbrando quem a quisesse ouvir!
Dança na praça, dança sempre a rir;
De olhos cativantes, comovidos,
E a guitarra em soluços sentidos
Aonde quer sonhar e não sabe ir!
Saúda o vento, a chuva, a multidão,
Vestido de poeta, olhar profundo,
Canta feliz a própria solidão!…
Rodando, ouve as palmas, olha o mundo…
Na praça alguém diz com emoção;
É este o tal poeta vagabundo!