Poesia, sonetos e pensamentos que tocam a alma.
Aqui encontrará poesia filosófica, na forma de poemas sem uma construção rígida, que pretende embrenhar o leitor num raciocínio multidimensional sobre as complexidades do Universo, das relações e do ser humano.
A combinação de fatores ao nível do tema e do tipo de construção poética maximiza a liberdade do autor para divagar por temas tão complexos e tão diferentes.
Sente-se, relaxe e deixe-se levar por uma boa leitura.
Poema de felicidade, que retrata a simplicidade do que é suficiente para ser feliz e viver com alegria e foco no agora e no futuro. Sê feliz Não te cales.Fala com calmaE honestamente!Escuta o que senteA tua alma,Ela nunca mente!Mostra ao mundo o que vales,E vive intensamente!Caminha com firmeza,Leva alegria contigo,Busca a felicidade,com amor e vontade,No agora, Que o ontem já foi embora! Comentário da autora A felicidade existe, não absolutamente perene, mas constante no acatar dos momentos. A razão que move a procura da felicidade é na verdade uma necessidade, não apenas um desejo. Parece complicada esta procura mas não é. Não o é, a partir do momento em que se começa a reparar mais no próximo, em tudo que nos rodeia, descobrimos a vontade de colaborar, ajudar, remediando, suavizando não só o nosso estado quantas vezes fatigado, como o dos demais! A noção da felicidade pode advir de lembranças, de algum passado risonho, mas não é a mesma coisa, o sentir não é igual. A felicidade não é persistência, não pertence a passado algum, pertence ao agora sentindo cada momento.— Esmeralda Ferraz
Poema sobre o vento e como este, num sentido figurado, consegue transportar-nos para tempos em que sentimos contentamento outrora. Esquecer o que seria? Nada melhor que o vento,Em seu perene soprar,Que me leva devagar,Ao meu tempo de contento.Esquecer? O que seria?O que seria da gente?Se não lembrasse o que sente,O agora em outro dia. E deixo-me então levar…Deixo a caneta escreverO que na alma transborda.Ai! Eu não quero esquecer…Quero voltar ao lugar,Desse vento que me acorda.
Hoje sinto Poema sobre sonhos não concretizados e como nos moldamos para continuar a viver sem concretizar sonhos de outrora. Hoje sinto que ando distante!Longe da saudade,Das recordações.Não espero ansiosaO futuro que é o agora.Vou indo, vivendo,Vivendo como sei! Hoje nem sequer fui amanteDos sonhos nem da verdade!Hoje nem sequer sinto as ilusões,De ser mulher graciosa,Tudo acaba, vai embora!Vou caminhando sendo,Os sonhos que não achei!
Poema sobre traição de (falsos) amigos ou de gente próxima, sendo estas traições as que mais doem precisamente devido à relação de proximidade. Os vampiros modernos Andam à solta! São eles, os vampirosQue assombram esta era!Andam sedentos,Carregam o fardo da destruição! Vestem-se bem de falas e suspiros,Estudam os passos! E ao instante da espera,Seguem-se os momentosDe ataque, e lá vão!… Cautelosos, disfarçadosDe amigos, encostando, balançando.Entram confiantes pela porta principal,Melodiosos, olhar perspicaz. Os outros, os tristes enfeitiçadosParalisam no tempo, amandoO personagem do mal,Ai! Não sabem não do que ele é capaz!… Perde-se o medo, deixa-se entrarO vilão no seio familiar, nas intimidades.Em falas mansas e olhos ternos,Inveja tudo, amigos, companheiros. Ele quer, só quer! Não vale a pena tentarDar conselhos, alertar para as maldadesDessas criaturas dos infernos,Tão perigosos e desordeiros! Os dias passam, o monótono jogo continua!Manipulados mas contentes como os loucos,Os outros vão enfraquecendo,E o sonho que os movia fica mudo! O personagem que andava de rua em ruaAssim devagar e aos poucos,Vai sorvendo, fortalecendo!Vai ficando, vai e vem levando tudo! Sem emprego, quer férias no estrangeiro,À custa do jogo manipulador,Onde só o vampiro jogaSereno e impiedosamente! No dia-a-dia vai-se esgotando o dinheiro,Desvia a atenção! Finge amizade ou amor,E inteligente que é, afogaA raiva, o nervosismo que sente. Há muito ainda, muito mais para tirar!…Começa então a querer ser igualÀ vítima imita o jeito, a postura,A forma de andar e até de sorrir. A vítima fica débil, não vai trabalhar,E sem saber o que lhe faz mal,Enfeitiçada pela falsa doçura,Não vê nada! Está cega! Deixa-se ir! Fica esgotada, sem casa nem eira!…Perde o emprego, perde as amizades!O reles personagem então,Sob uma capa de calma, resolve ir embora. E dela, da vítima se abeira,Diz: arranjei emprego, vou ter saudades!Pega-lhe mansamente na mãoE finge, finge tanto que chora! Está feliz, delirante, porte altivo!Satisfez o desejo, era o que queria:Ter a sorte dela! O jogo acabou!Tem que ir depressa trabalhar! Sente-se como peixe na água, vivo!Conseguiu enfim aquela energiaQue tanto, tanto invejou.É um jogador que sabe jogar! São assim nestes tempos os vampiros:Dominadores, cheios de manhas;Sempre disponíveis e com falsa alegria,Amordaçando a inveja, trincando a ânsia. São os sugadores de energia! E os suspirosFalsos, são jogos e artimanhas,Que treinam em cada dia!Convém abrir os olhos e manter distância!
Poema sobre sonhos despertados pela pessoa amada, essa pessoa que, quando fala de amor, despoleta a fábrica de sonhos para o futuro. Quando ele fala de amor Ai sonhos! Que me cantais,O que vivo sem colher…Sonhos que tão pouco dais,Aos sonhos do meu viver! De sonhar é livre o peito,Os sonhos não têm fim,E quando os sinto e os deito,Eles cobram tanto de mim! Digo aos sonhos: tenham calma!Deixem ouvir cada cor,Só um sonhar me acalma,Quando ele fala de amor!
O que sinto, E o que quero O tempo nunca me dá!… Porque me sinto, eu sei lá?! Se abalo, ou se espero. Se espero nada avança, Nada novo se avizinha, Ao silêncio acostumada, Nem o tempo me traz nada, E nem eu ando sozinha!…
Poema sobre uma moça bonita que passa pelo tempo, como todo o mundo, e descobre que a beleza exterior é efémera. A moça era tão bela A moça era tão bela!Toda a gente a admirava,E quando ela passava,Todos vinham à janela! A sua capa de fora,Deixou de ser o que era,O brilho da primavera,Esse brilho foi embora! Agora quando ela passa,Já ninguém a vem espreitar,Mas quem a quis namorar,Diz que ela não perde a graça! Um ou outro velho torto,Agarrados ao cajado…Dizem-lhe: és como o fado!És como o vinho do porto! Para alguns é estranheza,Os anos que vão passando,E a moça de vez em quando,Pensa: o que é a beleza?
E a noite vem, O sono a chegar, Pinta-se o luar, Cheio de ninguém! Mas quem o olhar, Sonhando alguém, O luar além, Terá o brilhar De quem ama e tem, Amor para dar!
