Poesia de desamor

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Aqui encontrará poesia de desamor veiculada mediante poemas que tentam representar a falta de amor ou a existência de um amor não correspondido. Esta poesia pretende representar, de uma forma relativamente simples e direta, sentimentos de desilusão perante a constatação de, por exemplo, um falso amor ou uma falsa esperança.

Tal como acontece no mundo da música, onde muitas das melhores canções são, no fundo, relatos de desilusão amorosa, um poema de desamor bem construído e profundo pode ser marcante e representar uma bela obra de arte. Aqui verá muitos poemas de desamor que contam histórias que começam por ser de amor. Aliás, muitos dos poemas aqui representados também estão categorizados como poemas de amor.

Vai a bela moça

Vai a bela moça

Vai a bela moça Ao rio apressada De saia rodada. Na saia rodada Parece uma flor Que irradia amor. De cabelo ao vento, Negro e ondulado, Riso apaixonado. Canta alegremente, Finge por quem passa Dando um ar de graça! E o vento beija Seu olhar trigueiro, Seu passar ligeiro! A moça lá vai Linda e rosada, Ao rio apressada! Leva na cabeça Um cesto quadrado… Roupa do amado? Vai lavar a roupa? Não leva sabão! O que leva então? Ai leva a tristeza Só recordações, E desilusões! Lá longe um barqueiro Vem num barco à vela Chama por ela! Mas ela não ouve, Só chora e treme, Soluça e geme! Que fazes aqui Á beira do rio Tremendo de frio? Ai barqueiro! Barqueiro! Leva-me contigo E sê meu amigo! Eu finjo que sou Mulher de alguém Não sou de ninguém! A minha beleza Não me faz feliz Sou tão infeliz! Leva-me barqueiro No teu barco à vela Não quero ser bela! As vestes de seda Ao rio deitou E tudo deixou! Percorreu o mundo, Foi livre e feliz Como sempre quis. Barqueiro, barqueiro, Que em boa hora, Me levas embora!

Sinto a sombra

Sinto a sombra

Sinto a sombra no caminho, Está calor, sabe bem! Coração pula sozinho Sonha por quem já não vem. Vai ficando mais escura A sombra, já anoitece… E este mal que não cura Vem na sombra que amanhece! Encosto-me à solidão, Dos vazios, que enfadonhos… Levo os passos onde estão, Enfeitiçados meus sonhos!

Pensar-te não é amar

Pensar-te não é amar

Quando o teu coração mente, Passas por mim apressado!… Não te importa o que o meu sente, Já não te importa o passado! Vais de lenço na lapela, Gravata bem ajustada, Vaidoso vais ter com ela, Já não sou a tua amada. Por entre as frinchas espreito, Com a alma a suspirar, É a chorar que me deito, Ao ver-te feliz passar! Meu amor, oh! Meu amor, Que estranho este viver Não me queres e sinto dor Estranha dor de te perder!… Tomara eu não pensar Seguir o tempo da vida. Pensar-te não é amar… É tortura consentida!

Nesse fado

Nesse fado

Na minha alma há um fado, Que ao cantá-lo não choro! É nesse fado que moro, Nesse jardim do passado. Em que tempo sinto agora Esta saudade infinita? Que por ser livre e bonita, Não quero que vá embora. Quando perder no caminho, Esta saudade e encanto, Perderei: a voz e o canto, Como um triste passarinho!

Cheguei tarde

Cheguei tarde

Cheguei tarde meu amor! A culpa nunca vem nua… E, a razão quem a tem? Ninguém! Deixa lá; vive, não te sintas traidor. Mas, quando olhares a lua, Lembra-te das alegrias, Das noites que ma oferecias, Dizendo-me: amor, é tua!

O amor é sempre novo

O amor é sempre novo

Um dia vi-te sozinho, Parei para escutar, Choravas no meu caminho Onde deixaste de andar!…   Rosto franzino, marcado, Boca trincada de dor, Combalido, destroçado, Lá se foi teu novo amor…   Se a saudade amanhecer, Levanta os olhos do chão, Não vale a pena sofrer Preso na antiga paixão!   Faz como eu, deixa andar, Não te importes com o povo, Não falta quem queira amar, O amor é sempre novo!   Um dia também vivi O grande amor que te dei, Nem sabes o que sofri!… Nem sabes como fiquei…   Não tenhas pena de nada, Nem voltes ao meu caminho, Estou tão apaixonada Que não me sobra carinho!   E, esta paixão querida, Que vivo neste momento Curou as chagas em ferida, Que deixaste ao desalento!

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Que sentimento transmite um poema de desamor?

O nome diz tudo: retrata uma situação de desamor, ou seja, a falta de correspondência de amor ou uma desilusão amorosa. No entanto, pode haver uma linha ténue entre um poema de amor e de desamor! No fundo, um poema de desamor continua a ser um poema de amor, não é verdade? Aliás, como já referi acima, tenho muitas vezes dificuldade em classificar os meus poemas, acabando muitas vezes por incluí-los em ambas as categorias!

São poemas de ódio?

Não, de todo! Mas podem ser! Tudo depende da situação que estes poemas estão a retratar. Lá está, já dizem os ditados antigos que, para existir ódio, tem de existir amor; a fronteira é também ténue. De um modo geral, estes poemas de desamor retratam a desilusão, a pena, a frustração e o desespero que ocorrem numa desilusão amorosa. Sinceramente, não gosto de escrever palavras nem sentimentos de ódio, pelo que não me parece que se veja muito ódio nos meus poemas.

É preciso ter uma desilusão amorosa para escrever poemas de amor não correspondido?

Não, mas pode ajudar! Repare nas grandes baladas de conhecidos cantores: muitas das melhores músicas resultam da verbalização de experiências amorosas negativas que os próprios cantores vivenciaram! Mas atenção que não é imprescindível sofrer horrores para escrever um bom poema de desilusão amorosa! Um escritor consegue encarnar situações e «quase sentir» sentimentos verdadeiros; estes sentimentos impulsionam a escrita de um modo impressionante. Na minha humilde opinião, não é possível escrever um bom poema com a «cabeça fria»; é preciso passar por um processo de interiorização para puxar aqueles sentimentos que fazem a caneta (ou as teclas) voar!

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